Só é possível deixar de ser o que se pensa na obscura ausência dos sentidos ou no abandono da linguagem. É no silêncio da mente que se dissipa a ilusão, os sentidos se amortecem e o homem não se sabe mais espelho. Sem precisar estar ao alcance das próprias percepções, atira-se tornando-se uma realidade em si, em paz com a chegada do próximo passo, a liberdade: vento que sopra exclusivo no interior do bípede que em silêncio esquece sua condição de homem traindo-se, ao semear um pensamento de imaginação eterna, desequilibra-se abrupto, acorda verbo e grita: '_ Então é isto? Sou apenas homem?' E pra variar, deus ocupado em receber sacrifícios e preparar o apocalipse: não escuta. End