Mandrágoras Roxas Frias “Prisioneiros, Degredados sodomitas, Heréticos, Piratas. Este país nasceu da Anarquia. Tivemos todas as oportunidades para viver o matriarcado de Pindorama, sua Poesia e seu mito. Entregamos nossa liberdade nas mãos eunucas da igreja católica. Dos acadêmicos e dos esquerdistas de pau pequeno.” (Roberto Piva – em ‘Mairiporã 90’) Sem pressa o Sol cresce em meio a uma manhã de junho. Amenas. As longas sombras projetadas pelos edifícios vão se recolhendo enquanto o calor crescente libera uma bruma cinza e sinistra rente ao asfalto. As mandrágoras murcham no parapeito do edifício em frente e, o consciente coletivo permanece infértil. Apressadas, as pessoas passam em busca de seus afazeres diários. Encasacadas. Recolhidas por trás de suas feições sisudas. Os desempregados feitos moscas, circundam as bancas de jornais à procura de manchetes frescas gratuitas, e por que não dizer, a espera de melhores dias. Na primeira página