Para Carlos em Bronze
p/ Carlos Drumond de Andrade
ao som de Baden Powel
Buscai os delírios nos campos
E não se preocupeis se é má a hora
Olha com teus olhos de cão:
O Sol também se levanta
e
não são necessários cem anos de solidão
mas mil para que se aprenda a comer sozinho
morangos mofados
alguns últimos poemas
ou aqueles versos íntimos
Atravessei por veredas os sertões de minha terra
e não me intimidei ao ver nela vidas secas
Virei exército de um homem só
Empunhei Manuel Bandeira
E sentei ao lado de Drumond num banco
Público
Falei-lhe dos vivos e dos mortos
destes trocadilhos
Versinhos lembrando velhos livros
amados companheiros
ao que ele nada respondeu.
É coisa moderna e de bronze perpetuar
no calçadão em silêncio absoluto
O guardião da redoma de onde vertem
estas pequeninas palavras.
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