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O Nosso Gênesis de Cada Dia nos Dai Hoje


O Nosso Gênesis de Cada Dia nos Dai Hoje

p/ Yuri Gagarin, Max Planck & Stephen Hawking

“Quanta liberdade de escolha Deus
teve na construção do universo?”
(Albert Einstein)


I
No princípio o tudo não era, porém cabia dentro de si
Quando acordou do sono letárgico
o inexplicável deus-ópio, havia favorecido tanto coisa alguma
que num bocejo concentrou-se e explodiu
sem medo em força destruidora espalhou-se em vida
Milhares de luzes se acenderam no cosmos
a dor era quase inexprimível e gigantes
cânceres negros surgiram, incontáveis galáxias sendo devoradas
até que dentro do micro refletiram-se as eras
e quando surgiu a vida o amor foi denominado
Havendo um abalo sísmico no todo. Toda a orquestra quedou: O Caos.

II
Quando a geóide nave azul explodiu
houve laceração e pânico
e o grito de deus ainda
ecoava assustador nos confins do universo
onde os anjos destituídos pelo sonho estremeceram
e o cordão umbilical jamais foi rompido:
nos olhos das futuras crianças as lentes plúmbeas
e as marcas de quem foi parido desnudo
junto ao inevitável surgimento da compreensão
da ausência,
do desespero, monotonia, resignação
e de todas as formas possíveis de solidão.
III
O apocalipse de qualquer gênese
é o tédio do intermezzo:
disse o apóstolo na carta à Laodicéia.
Eu?
Nunca irei a Damasco
e nem tombarei no Sinai.
Serei o límpido alfarrábio ou,
um estranho pergaminho perdido
com uma misteriosa carta astronômica
que conforme avançam as ondas
e cessam os dados,
solapam as peças de dominó que levantam
escalas somem, expandem e recaem
e o quebra-cabeças do que é não improvisa,
estoura, e está sempre por se fazer.

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