Pular para o conteúdo principal

La Libertad una canción bolivariana





La Libertad
una canción bolivariana


p/ João do Rio, Luis Martins e R. Requião.


Porque estás como em vida
Cem mil léguas acima dos carrascos
(Daniel Fresnot no poema ‘Antonio Benetazzo’)


I.
Despojado das lisonjas
medalhas e galardões
Nunca vi olhos tão vivos
em corpo algum tão morto.
Eu acordo e você dorme
Chê! 
Pois teu corpo incauto
encanta
meus ideais de liberdade.
Repleta de impulsos a vida 
pulsa
rápida e cheia de micro
minudências  se distrai
mas a injustiça não descansa
nem dorme, vultos saltam o muro
então eu acordo Guevara
pois teu corpo incauto
encanta
meu ardor por liberdade.
Quando o espírito tão livre
heroicamente se despe
se despede e se liberta
descortina-se o horizonte
e a verdade prevalece
tem raiz dentro do tempo
brota e vem depois da prece
apressa o passo do anjo isento
que sobre o jugo a ceifa desce
na boina a estrela ao longe brilha
somente em cores diversas
souvenires decorando camisetas em todo o mundo
teu semblante resplandece.
Não tivestes numa cruz
na Bíblia ou em Budapeste
citam teu nome, não és santo
nem rezas-te alguma prece!
Muito além do barroco: profetizado
na deposição do não redimido de Caravaggio.
Tivestes uma motocicleta
é certo, mas não uma banda de rock
Um ícone, meu caro! Um Princípio!
Um raro e belo arquétipo numa era
cruelmente dedicada à covardia, aos ‘cabeças de papelão’,
ao voyeurismo canalha dos silenciosos associados
e aos mitos destrutivos que apregoam o apocalipse.
A beleza é nossa, de minha prole, de meus antepassados.
Não seremos passivos Chê! El Caudilho! El Comandante!
Nem meu Pai! Nem Eu! Tão menos meus Filhos!


Pois que vives em nossos sonhos!
e teu corpo incauto
encanta
nosso amor por liberdade!

                                                                                                                                                                                                 
                                                                                           


End                                                                                  

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Uma Pequena Canção de Repúdio a Demora e ao Silêncio (só mais uma ode a liberdade)

Uma Pequena Canção de Repúdio a Demora e ao Silêncio (só mais uma ode a liberdade) ... olhem, a morte descortinou-se de vez: foi no dia em que eles mataram a liberdade e nós ficamos aqui calados este nosso silêncio foi um dedo no gatilho em meio ao Sol despedaçado foram tantas as imagens que chegaram neste dia escurecido que nossos olhos estão cegos de vergonha pois restamos aqui parados nosso espírito indigente colocou-nos aqui tão vis, tão juntos e vencidos que assistimos a vida agonizando com a menina ali ao lado vendo as forças que se alimentam dos seres livres impondo um outro (e)Estado assustada neste dia, em que juntos assassinamos a liberdade momento em que nossa servidão e  morte descortinaram-se de vez... "Pois que a vida e a liberdade devem ser antes de tudo, a essência mais profunda que há dentr...

Sobre Corações Maciços (Poema Espelho)

"Se alguém chegasse à minha despretenciosa cabana, teria lhe oferecido as boas vindas com uma recepção tão suntuosa quanto um homem pobre pode oferecer." (Thomas De Quincey - em 'Confissões de um Comedor de Ópio'). Sobre Corações Maciços (Poema Espelho) Para Thiago Jugler &Isabela Socrepa, Iko Vedovelli & Evelim ...construir pedaço a pedaço num coração em cores e tijolos vermelhos incandescentes brilhantes brilhantes incandescentes vermelhos tijolos em cores num coração pedaço a pedaço construir...

No Visions of Cody

No Visions of Cody p/  Jack London, Jack Kerouac, Allen Ginsberg, William Burroughs, Hal Chase, Neal Cassidy, Timothy Leary, Ken Kesey, Thomas De Quincey e etc. (…) “desaparecer não é para qualquer um, só você, misto de mistério e dúvida pode estar em lugar nenhum e ainda me tocar por música.” (Marcos Prado – em ‘Begônias Silvestres’) I Feito em pedaços variados, ombros curvados e passos amolecidos, sob a sombra de um puído chapéu, andar isolado, enfebrecido e amargamente hipnotizado pela noite.  Nos olhos fundos. Na dor da alma: a tez marcada, a sola gasta, os pés molhados e o pisar em pedras carecendo de um arquitetado rumo. Quem mora dentro da tempestade? O cheiro de cedros e eucaliptos? Raios colossais já não despencam em matas virgens. À noite emparedada no horizonte ruge. É sempre bom caminhar em direção à chuva. E dentro de alguém que não esteja louco: há muita conversa. Por vezes ventos dentro da gente. Não é mister precisar pra onde levam, mas é sempre mais atrat...