Velório
"...enquanto a família reza o fim:
pátrias, bandeiras e benditos vão
passando pela vida..."
(Geraldo Azevedo - Novena - em
Cantoria 1)
"Prendi o Sol com alfinete nos
olhos (...) e já secou a alegria das
goteiras do sonho."
(Wilson Martins - Agosto do Poeta)
Então amigo
lembra-te da infância e dos
campos onde corríamos sem
dor?
Que houve conosco?
Com nossos sonhos, o que houve?
Buscamos por cravos, lírios e rosas
onde nasceram orquídeas negras
de flagrância estranha
O movimento. Punck's. Tambores.
candomblé. Capa Preta: são cipriano &
Raul. Paulo Coelho & Raul. Raul de
Leoni & Raul. Violão Tonante e...
Não saíamos no inverno, naqueles
meses de chuva:
(eu recluso a escrever um manifesto)
no qual questionava: então amigo
por que partiste? Não há resposta
suficiente, ao menos, nenhuma que eu
queira,
me enlutas-te em segredo! E a tontura
de tua presença morta assustou-me
teu corpo adubando o solo aqueceu-me
em ti acorrentei minhas raízes e caule
recolhi meus sonhos apodrecidos contigo
e os replantei sorrateiramente ao redor da
tumba
onde afastei do mármore os augúrios
escrevendo em minha memória cansada
a encruzilhada tão dura deste insólito
epitáfio:
"Espantoso, que nossos olhos enxerguem
por um Deus cego e sejam também os
olhos do Sol."
Lembra-te da infância amigo?
Está perdida nos campos onde sorríamos
na ausência da necessidade de certezas
onde tudo o que queríamos, era viver
sem dor...
EnD ?
"...enquanto a família reza o fim:
pátrias, bandeiras e benditos vão
passando pela vida..."
(Geraldo Azevedo - Novena - em
Cantoria 1)
"Prendi o Sol com alfinete nos
olhos (...) e já secou a alegria das
goteiras do sonho."
(Wilson Martins - Agosto do Poeta)
Então amigo
lembra-te da infância e dos
campos onde corríamos sem
dor?
Que houve conosco?
Com nossos sonhos, o que houve?
Buscamos por cravos, lírios e rosas
onde nasceram orquídeas negras
de flagrância estranha
O movimento. Punck's. Tambores.
candomblé. Capa Preta: são cipriano &
Raul. Paulo Coelho & Raul. Raul de
Leoni & Raul. Violão Tonante e...
Não saíamos no inverno, naqueles
meses de chuva:
(eu recluso a escrever um manifesto)
no qual questionava: então amigo
por que partiste? Não há resposta
suficiente, ao menos, nenhuma que eu
queira,
me enlutas-te em segredo! E a tontura
de tua presença morta assustou-me
teu corpo adubando o solo aqueceu-me
em ti acorrentei minhas raízes e caule
recolhi meus sonhos apodrecidos contigo
e os replantei sorrateiramente ao redor da
tumba
onde afastei do mármore os augúrios
escrevendo em minha memória cansada
a encruzilhada tão dura deste insólito
epitáfio:
"Espantoso, que nossos olhos enxerguem
por um Deus cego e sejam também os
olhos do Sol."
Lembra-te da infância amigo?
Está perdida nos campos onde sorríamos
na ausência da necessidade de certezas
onde tudo o que queríamos, era viver
sem dor...
EnD ?
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