O que foi querido irmão? Ficamos sem cravos? Sem tintas, coragem ou sem vergonha? Será que dormimos e não percebemos? Ficamos sem cravos e, desembestados sorvemos em gotas a pouca dignidade que nos oferecem, não restando água límpida onde se possa lavar o rosto enquanto o vermelho, o verde, o branco, o azul e o dourado dos estandartes de nossas pátrias, clamam pela retomada da retidão. Queremos matar a sede onde imperam fios d'água, então, reunimo-nos alguns poucos e, lembramos o quanto a liberdade, é uma criança desvalida vigiada por abutres. Ela precisa de ética a serviço da dignidade humana para alimentar-se e sobreviver. Por isso não permitamos que esperança e fé sejam nossos únicos refúgios. Precisamos de ideais fortes, comunitários, fincados na profunda reflexão da realidade em volta, nada partidário ou mercantil, apenas como fazia-mos em volta do fogo, a milhares de anos, quando escassas eram as palavras mas, grandes as necessidades e sofrimentos comuns. Acendam e ascendam a liberdade, posto que poucos verão, e destes, poucos entenderão o significado e, menor ainda, será o grupo que na exata hora, incendiará novamente os corações humanos com esta necessidade. Num abril, aprendemos com Portugal como exercitar a luz desta felicidade. Num abril, jovens brasileiros orquestraram a maior virada de mesa democrática da história do país. Mas depois disto, a imoralidade pecuniária de nossos salvadores, fez-nos compreender que a grande guerra não está sendo travada nas instituições públicas ou privadas, mas sim nos corações dos indivíduos. O poder é somente o espelho que reflete o homem. Sendo que não podemos subitamente abalar o estabelecido, não, não podemos, mas devemos levar até as últimas conseqüências a sobrevivência da poesia, esteja ela em música, literatura, artes plásticas, marcenaria, artesanato, padaria e etc. Pois depende da resistência da beleza e da sensibilidade, a manutenção do homem enquanto cópia do arquétipo-filho-de-deus, ou seja, um ser em busca de perfeição. Caso contrário, não estará longe a hora em que totalmente des-intelectualizados, queimarão os livros, o Louvre, a 'livre expressão' como um todo, suprimindo minorias e com estas o colorido da paisagem humana. Não! Resistamos!! Sim!!!
Uma Pequena Canção de Repúdio a Demora e ao Silêncio (só mais uma ode a liberdade) ... olhem, a morte descortinou-se de vez: foi no dia em que eles mataram a liberdade e nós ficamos aqui calados este nosso silêncio foi um dedo no gatilho em meio ao Sol despedaçado foram tantas as imagens que chegaram neste dia escurecido que nossos olhos estão cegos de vergonha pois restamos aqui parados nosso espírito indigente colocou-nos aqui tão vis, tão juntos e vencidos que assistimos a vida agonizando com a menina ali ao lado vendo as forças que se alimentam dos seres livres impondo um outro (e)Estado assustada neste dia, em que juntos assassinamos a liberdade momento em que nossa servidão e morte descortinaram-se de vez... "Pois que a vida e a liberdade devem ser antes de tudo, a essência mais profunda que há dentr...
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