Broken flower or cotton song - (Panfletário)
...pequena flor brota no peito em meio a tempestade, o coração comunga dentro de um alfabeto próprio, aceso e transbordante de agudez limítrofe: quer justiça e não somente lágrimas solitárias num poema quebrado. Pressente que a sabedoria que dorme não é a que acorda, assiste ao tempo escalpelando esperanças e sobressaindo aos augúrios. Corajoso ao enxergar, que o irreversível arrasta o conteúdo dos sonhos, o coração procura por amuletos enterrados e sem paradeiro, segue fruído enquanto o instinto estanca diante do que a visão consagra, a tempestade que passa, o horizonte se expande, o desejo se esconde e a revolução começa na exata sombra do corpo que cai... alma que se levanta, insistente, se insurge gritando por outras almas... almas compradas a ouro, vendidas a prazo, por pouco, quando vencidas e coisificadas a esmo, extorquidas de futuro e tosquiadas contra o vento, perdem a lã mas não o couro... sete bilhões de ovelhas cabisbaixas, resignadas e sozinhas: rumo ao matadouro... onde as lágrimas dos pequenos touros se confundem com o rompimento nascituro, sim um dia haverá o "estouro". Porém enquanto perdura a canalha, distraída no canto da cerca, um pequeno obstáculo ao destino, prenuncia o atroz inusitado: oh! esperança que acorda: oh! liberdade, liberdade... pequena flor a brotar no peito em meio a tempestade...
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